segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Resenha: para onde ela foi


Ei ei gente!
Quando comecei “Para onde ela foi” tive muito medo. E não é aquele medo comum que você tem ao ler a continuação de uma história muito boa: aquele medo de que ela não vai ser boa o suficiente para segurar o enredo, ou que o fim não fará jus a toda a trama. Foi um medo maior… “Se eu ficar” foi um livro muito forte pra mim, em todos os sentidos. Ele abordou temas que mexeram com o fundo do meu coração, me fizeram repensar toda a minha existência e o valor que eu atribuo às coisas que tenho, mas acima de tudo, para mim ele foi um livro real.

No primeiro livro não tivemos historinhas fofas, Gayle Forman não pegou leve com os leitores e eu adorava isso. Essa sensação de que, mesmo abordando temas polêmicos como vida após a morte, Gayle conseguia me prender na veracidade dos fatos e não em uma realidade paralela/história espírita/faz de conta. Meu maior medo era esse: “Tá, então se Mia voltar vai ser tudo lindo, ela vai voltar feliz e tocando violoncelo, casar com Adam e ter 3 filhos”. Mas onde estaria a realidade nisso? Onde estarão as pesadas sessões de fisioterapia para recuperar seus movimentos, o choque ao descobrir que perdeu toda sua família, o desespero de se sentir sem rumo e a depressão ao tentar lidar com a morte? Aí pensei: “Tá, mas se tiver tudo isso o livro vai ser uma merda e vou precisar de acompanhamento psicológico depois de ler”. Então decidi parar de criar possíveis continuações e me abrir ao que Gayle Forman tinha preparado pra mim: uma obra-prima!

Para os leitores, terminar “Se eu ficar” foi um verdadeiro desespero: o livro acaba do nada, com Mia abrindo os olhos e nós, ansiosos pelo próximo capitulo, passamos a página para descobrir… os agradecimentos!

E só depois de muita espera, começamos a continuação da nossa história com muitas surpresas. O livro dessa vez é narrado por Adam, e temos um salto no tempo de 3 anos após o acidente com a família de Mia. Adam é um músico famoso e sua banda – Shooting Star, está no topo do iTunes, enquanto Mia é uma violoncelista de sucesso que acaba de entrar em turnê. Eles não estão mais juntos.

Perdida nesse mundo novo, fiquei super tensa e revoltada porque a história começou assim. Eu queria saber os pormenores da recuperação de Mia, o passo a passo de Adam virar uma estrela do rock e uma pessoa depressiva e revoltada e comecei a me irritar com o livro! Mas como é mais fácil eu virar uma girafa do que Gayle Forman me decepcionar, lá está seu brilhantismo de novo: ela vai nos contando aos poucos, pela narração de Adam, como Mia deixou a música trazer sua vida de volta, como ele foi abandonado por Mia, como ele sofreu, como ele canalizou toda sua raiva e decepção em músicas, como sua banda estourou, tudo em flashback com a realidade temporal.


Para mim o livro foi fantástico, porém um pouco decpcionante.


~duda

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