segunda-feira, 19 de outubro de 2015



Ei ei gente todo mundo que me conhece sabe que sou uma fã enlouquecida de Harry Potter, e que sofri muito com o fim da série. Não só pela finalização das aventuras de Harry, mas pelo receio de J.K. Rownling se tornar autora de um sucesso só (no caso dela, de 7), porque sempre achei fantástica a maneira como ela escreve. Então quando soube que ela iria escrever um novo livro fiquei muito feliz, mas tinha um pouco de receio, isso porque Rownling ia abandonar a literatura fantástica para escrever seu primeiro livro adulto. Eu estava em um impasse de ler ou não ler, tinha medo que esse novo livro viesse destruir toda a minha admiração pela autora, e tinha medo de não ler e perder a oportunidade de conhecer uma nova faceta da autora. Eu ganhei o livro no meu aniversário (que foi em janeiro) e até duas semanas atrás ainda não o tinha lido, mas me muni de coragem e embarquei em Pagford.
Nas primeiras páginas de "Morte Súbita" eu já fiquei de boca aberta com talento que J.K tem para contar estórias, naquelas primeiras palavras eu já pude perceber que o livro prometia. A autora continua escrevendo muito bem, com descrições precisas, personagens concretos e enredo envolvente e surpreendente.
Imagine o impacto que a morte de uma pessoa muito conhecida em uma cidade pequena, o livro de J.K retrata exatamente essa situação e seus desdobramentos. A estória se inicia no momento em que o conselheiro Barry Fairbrother morre subitamente, a autora mostra o impacto que a morte desse cidadão tem na cidade, ela retrata o processo de noticiamento da morte e os comentários e reações que cada morador de Pagford tem. É a partir daí que toda a estória se desenvolve.
As personagens de Pagford, são egoístas,invejosas, fofoqueiras e até mesmo cruéis, nada muito diferente do ser humano real. Mas toda essa sordidez dos moradores te choca de alguma maneira, porque percebemos que aquilo o retrato da sociedade atual. Acho que isso se deve ao grande talento da autora em escrever personagens bem construídos, com características concretas e sentimentos reais, é como se a qualquer momento eles saíssem andando das páginas do livro.
O enredo de "Morte Súbita" é surpreendente, pelo simples fato de conseguir se desenrolar a partir de um acontecimento banal (digo isso, porque várias pessoas morrem o tempo todo). Ele consegue se sustentar e vai trilhando caminhos inesperados, nos envolvendo de tal maneira que em alguns momentos me sentia moradora de Pagford. Rownling vai nos apresentando cada família e mostrando os efeitos da morte de Barry em cada uma, e o quanto essa morte súbita é a grande responsável por atitudes tomadas durante a estória, e que fazem toda a diferença.
Gostei de todas as críticas presentes no livro, a autora cutuca a todos os leitores, e é quase impossível não sentir um certo incomodo. Porque ela mostra o quanto a sociedade é cruel com os diferentes, os deslocados e os que lutam contra a corrente de pensamento da maioria. Nesse livro você consegue entender o lado daqueles que são sempre marginalizados.
O final do livro é tão surpreendente que chega a chocar, mas não é ruim, na verdade é um ótimo final. Gostei de tudo que aconteceu e da maneira como ela amarrou a estória, os personagens tiveram boas conclusões e muitos foram bem recompensados por sua bondade (principalmente aqueles que eu mais gostei).

~Duda

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